Antes de assumir a presidência em 2002, o então candidato
Luis Inácio “Lula” da Silva, se autodenominava como o candidato da esperança.
Apesar de ter perdido parte do seu viés revolucionário após à “carta aos
brasileiros”, Lula se elegeu representado a esperança de milhões de
trabalhadores que acreditavam que sua vida iria se transformar. Em termos
macroeconômicos, o presidente Lula resolve dar continuidade as políticas que
eram aplicadas pelo seu antecessor FHC (1995-2002), gerando um grande
sentimento de desânimo entre os setores mais ideológicos do Partido dos Trabalhadores.
Lula então convocou muitos especialistas em política
industrial e resolveu criar um grande plano de industrialização para o Brasil.
Ao contrário do que se esperava, sua política industrial minguou, e seu projeto
industrial não teve o êxito desejado. Depois disso, o mandatário petista passou
a adotar um grande pragmatismo em relação às estratégias industriais. Durante o
seu primeiro mandato o país não apresentou um quadro de desindustrialização,
mas a partir de 2007 a situação começa piorar, e com a chegada crise de 2008 a
indústria começa sofrer um duro revés na era petista.
O presidente Lula cria em 2009 diversas políticas de
incentivo e estimulo para a economia brasileira, visando suavizar o grande
quadro recessivo que emergiu no período pós-crise de 2008. A princípio as
medidas aplicadas tiveram um bom resultado, e a economia brasileira mostrou uma
forte reação após esse período, o que fez com que o presidente Lula afirmasse
que a crise que passou no Brasil foi apenas uma “marolinha”. Após o sucesso da
sua política de incentivos, o governo Lula resolve tornar permanentes os
programas de incentivo pós-crise de 2008, sendo essa talvez sua grande guinada
para um populismo fiscal que culminaria na derrocada do partido dos
trabalhadores em 2016, após o impeachment da então presidente, Dilma Rousseff.
É importante frisar que parte dessa política de incentivos
fiscais e empréstimos subsidiados também serviu como fonte de dinheiro da
corrupção, conforme apontam as Operações Lava-Jato, Acrônimo e Zelotes. Ou
seja, o Estado patrocinou um capitalismo de compadrio, absolutamente
ineficiente, que tinha a função de irrigar cofres partidários e contas de
políticos. Essa politica teve forte relação com a crise atual e carimbou as
palavras “incompetência” e “corrupção” na testa da esquerda.
A presidente Dilma herda um quadro aparentemente tranquilo, mas do ponto de vista cambial e fiscal, o Brasil apresentava problemas. A presidente Dilma resolve fazer um ajuste fiscal em 2011, que em termos práticos foi pouco eficaz. O quadro econômico começa mostrar sinais de desaceleração a partir de 2012, e a presidente Dilma então resolve criar uma série de programas de estímulo, através das desonerações, do BNDES, do controle das tarifas de energia elétrica e do preço dos combustíveis. Essa combinação foi capaz de levar o país até 2014 sem um quadro recessivo. Após a eleição, a presidente apresenta um ajuste fiscal muito similar ao anunciado pelo seu concorrente direto Aécio Neves (PSDB), fazendo com que parte da sua base popular se dispersasse.
Seu segundo mandato é marcado pela maior crise da história do nosso país, com um quadro fiscal extremamente deteriorado, PIB em queda brusca, elevação do desemprego, perda do grau de investimento e grande piora em termos sociais. Diante desse quadro de recessão profunda, o Partido dos Trabalhadores e a presidente começaram a lançar discursos opostos, o que fez com que seu mandato ficasse cada vez mais fragilizado. Diante desse quadro desolador, o então presidente da câmara Eduardo Cunha (PMDB) aceita o pedido de impeachment dos juristas Miguel Reale Jr, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal. Em Abril de 2016, a presidente tem seu afastamento decretado, e em agosto deixa definitivamente a presidência da república.
O vice-presidente Michel Temer assume o poder, e resolve tomar uma série de medidas de austeridade para conter a grave crise fiscal no país. Dentre eles a principal foi a PEC 241 (PEC 55 no Senado), que criava um teto de gastos para as despesas correntes brasileiras. O Partido dos Trabalhadores nesse momento apresentou uma oposição sem uma contra proposta razoável, utilizando muitas palavras de ordem e poucas alternativas para a proposta. Implementando o programa do PMDB intitulado de “Uma Ponte Para o Futuro”, Michel Temer tem capitaneado uma guinada na economia brasileira rumo à austeridade. Apesar das intenções, o presidente Temer ainda não conseguiu realizar seu ajuste fiscal, tendo mantido a política expansionista aos moldes da ex-presidente Dilma.
A presidente Dilma herda um quadro aparentemente tranquilo, mas do ponto de vista cambial e fiscal, o Brasil apresentava problemas. A presidente Dilma resolve fazer um ajuste fiscal em 2011, que em termos práticos foi pouco eficaz. O quadro econômico começa mostrar sinais de desaceleração a partir de 2012, e a presidente Dilma então resolve criar uma série de programas de estímulo, através das desonerações, do BNDES, do controle das tarifas de energia elétrica e do preço dos combustíveis. Essa combinação foi capaz de levar o país até 2014 sem um quadro recessivo. Após a eleição, a presidente apresenta um ajuste fiscal muito similar ao anunciado pelo seu concorrente direto Aécio Neves (PSDB), fazendo com que parte da sua base popular se dispersasse.
Seu segundo mandato é marcado pela maior crise da história do nosso país, com um quadro fiscal extremamente deteriorado, PIB em queda brusca, elevação do desemprego, perda do grau de investimento e grande piora em termos sociais. Diante desse quadro de recessão profunda, o Partido dos Trabalhadores e a presidente começaram a lançar discursos opostos, o que fez com que seu mandato ficasse cada vez mais fragilizado. Diante desse quadro desolador, o então presidente da câmara Eduardo Cunha (PMDB) aceita o pedido de impeachment dos juristas Miguel Reale Jr, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal. Em Abril de 2016, a presidente tem seu afastamento decretado, e em agosto deixa definitivamente a presidência da república.
O vice-presidente Michel Temer assume o poder, e resolve tomar uma série de medidas de austeridade para conter a grave crise fiscal no país. Dentre eles a principal foi a PEC 241 (PEC 55 no Senado), que criava um teto de gastos para as despesas correntes brasileiras. O Partido dos Trabalhadores nesse momento apresentou uma oposição sem uma contra proposta razoável, utilizando muitas palavras de ordem e poucas alternativas para a proposta. Implementando o programa do PMDB intitulado de “Uma Ponte Para o Futuro”, Michel Temer tem capitaneado uma guinada na economia brasileira rumo à austeridade. Apesar das intenções, o presidente Temer ainda não conseguiu realizar seu ajuste fiscal, tendo mantido a política expansionista aos moldes da ex-presidente Dilma.
Diante desse cenário assustador, a esquerda brasileira pouco
tem proposto. Por ter um grande apego a modelos econômicos fracassados, parte
da esquerda brasileira tem perdido a credibilidade perante os trabalhadores. O
campo progressista está acuado, e grande parte dos seus integrantes ao invés de
propor alternativas prefere usar de discursos ideológicos, vazios e pouco
significativos. Iniciativas, como a do governador Wellington Dias (PT-PI),
que aprovou um Teto de Gastos com diferentes indicadores para o crescimento
máximo dos gastos públicos e com possibilidade de gastar além do teto em
situações excepcionais, acabam sendo interditadas. Na verdade, poderiam ser
utilizadas como contraponto às propostas ortodoxas e poderiam mudar o debate na
opinião pública.
Os progressistas brasileiros precisam criar um discurso
econômico moderno, que converse com as novas teorias e paradigmas econômicos
que tem surgido no mundo. A esquerda brasileira precisa criar um modelo de
desenvolvimento nacional, que leve em conta nossas singularidades e traga de
volta a esperança de um país mais justo, igualitário e moderno. Enquanto a
esquerda preferir silenciar o debate e se fechar em bolhas de concordância, os
liberais e conservadores irão continuar ganhando o debate público e trazendo os
trabalhadores para o seu lado. Somente através de muito diálogo e proposição
será possível conter esse avanço conservador em nosso país. Por isso, afirmo em
alto e bom som que “A esquerda brasileira precisa de um discurso econômico
convincente”, do contrário teremos que conviver longos anos sendo motivo de
chacota e descrença.
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